Deputados da Frelimo decidem “em consciência” que as dívidas da Proindicus e MAM são de todos moçambicanos
Os deputados do partido Frelimo mostraram mais uma vez que não estão na Assembleia da República em representação do povo moçambicano. “Nós da bancada parlamentar da Frelimo, cientes das nossas responsabilidades acrescidas para garantir o melhor funcionamento do Estado moçambicano votamos em consciência à favor do projecto de Resolução que aprova a Conta Geral do Estado de 2015, acreditando no empenho deste Governo em corrigir as falhas deixadas”, declarou o deputado Rui Conzane após a legalização nesta quarta-feira(26) dos empréstimos inconstitucionais e ilegais das empresas Proindicus e MAM que adicionaram mais 1,1 bilião de dólares a já insustentável Dívida Pública do nosso país. Para Venâncio Mondlane, deputado do MDM, com esta aprovação o partido no Poder quer, “mais uma vez, reforçar o pacto do assassinato, do extermínio e do genocídio do povo para proteger os vampiros financeiros que chuparam, e chupam, sem dó e sem piedade o sangue do povo há mais de quatro décadas”.
Na parca história Universal que era dada a conhecer no ensino geral em Moçambique a II Guerra Mundial não mereceu muitos detalhes por isso talvez poucos saibam o que representa o chamado Dia D. Foi o dia em que os aliados ocidentais desembarcaram nas costas da França e marcou o início da fase final da Guerra.
Em Moçambique o Dia D foi nesta quarta-feira(26). Não só porque neste Dia os deputados do partido Frelimo “em consciência” legalizaram as dívidas inconstitucionais e ilegais das empresas Proindicus e MAM, mas principalmente porque foi o dia em que os cidadãos moçambicanos e a auto-proclamada Sociedade Civil não estiveram na denominada “Casa do Povo” para mostrar o seu repúdio e indignação a essas dívidas.
Além disso o partido Renamo mostrou, mais uma vez, que não sabe fazer política. Não votou à favor, não se absteve nem votou contra, simplesmente abandonou a plenária.
“Hoje dia 26 de Abril de 2017 é o Dia D, é o dia em que o Governo de Moçambique espera sair desta sala magna com um troféu. O troféu de legalização do ilegal, de carimbar as dívidas odiosas da Proindicus e da MAM e colocar esse fardo sobre as costas dos mais de 25 milhões de habitantes deste país”, afirmou o deputado Venâncio Mondlane após a bancada do seu partido votar contra a aprovação da CGE de 2015 e da consequente legalização das dívidas das empresas estatais Proindicus e da Mozambique Asset Management(MAM).
“Querem hoje abrir a época da sementeira, a sementeira da miséria, a sementeira da fome, da nudez e de desprezo pelo povo. Querem, mais uma vez, reforçar o pacto do assassinato, do extermínio e do genocídio do povo para proteger os vampiros financeiros que chuparam, e chupam, sem dó e sem piedade o sangue do povo há mais de quatro décadas”, acrescentou o parlamentar.
Discursando na plenária da Assembleia da República o Mondlane disse também que, “este Governo seguindo as lições e os mandamentos do seu mentor, do seu líder moral e espiritual, Armando Emílio Guebuza, contraiu uma dívida também ilegal logo no início do mandato”.
“Foram estas dívidas que agravaram a miséria e a pobreza do povo. Foram estas dívidas usadas como algemas para dilacerar a vida do povo e, como correntes de segregação e perpétua humilhação e exclusão dos jovens do Chamanculo, da Munhava, de Namicopo, de Shirangano”, afirmou o deputado do Movimento Democrático de Moçambique(MDM) que deu alguns exemplos de como o “o custo de vida explodiu como uma bomba(…) um molho de peixe seco e de magumba tornaram-se luxo para o pobre e coitado do povo”.
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