Os Moçambicanos representados pelos residentes na Cidade da Beira, negaram uma decisão tomada na altura pela liderança da RENAMO em casamento com a FRELIMO, no que resultou na FRENAMO contra o então seu membro, Daviz Mbepo Simango, de o afastar como candidato a eleições municipais de 2008 mesmo depois de ter sido eleito internamente, de ter recolhido e entregue assinaturas a direcção da RENAMO para candidatura e faltando
cinco dias para o fecho das candidaturas na Comissão Nacional de Eleições eis que através de uma conferência de imprensa convocada pela RENAMO no final da manhã do dia 27 de Agosto de 2008 anunciando que ele já não era candidato pela RENAMO naquelas eleições autárquicas.
Tentativas de ouvir da direcção da RENAMO se a intervenção na imprensa do Fernando Mbararano, Delegado Politico Provincial eram verdadeiras, pois até ao dia anterior Daviz Simango havia falado com Senhor Afonso Dhlakama mas nada transpareceu neste sentido, mas todas tentativas em nada resultaram.
O que provocou protestos nas bases e nos munícipes na Beira eesses responderam então com uma manifestação de rua que foi prontamente reprimida com balas verdadeiras de AK47, brindados e gás lacrimogénio pela polícia solicitada pela RENAMO contra aqueles insurgentes a 28 de Agosto de 2008. Nos dias subsequentes todas outras tentativas para reverter a situação junto a direcção da RENAMO e outras formas de protestos junto a delegação política da cidade, apenas foram respondidas pela repressão policial e mais caricato os guerrilheiros da RENAMO devidamente fardados e armados faziam coligação com a polícia neste acto de repressão directa. De salientar neste período se registaram mortes directas e feridos resultante da resposta e acção
da repreensão.
Inconformados com nível de violência e arrogância perpetuada na gestão do processo, e porque era imperativo não entregar a Beira a FRELIMO, como a FRENAMO pretendia, o grupo se organizou rapidamente tendo em conta os prazos de inscrição e em cumprimento a lei para efeitos de candidatura.
E o grupo encontrou no ambiente de Reflexão e Mudanças, chefiado por Francisco Masquil, uma organização da sociedade civil que havia concorrido nas eleições municipais de 1998, que foram as primeiras eleições municipais no País, eleições essas que a RENAMO boicotou; uma saída para satisfazer a sua pretensão de candidatura preenchendo desta forma os requisitos constitucionais e o cumprimento da lei de candidatura a Presidente do Conselho
Municipal.
Criadas todas as condições de inscrição se constituiu o Gabinete do Candidato Independente - GCI, que logo iniciou o processo de recolha de assinatura que deviam ser totalmente diferentes das anteriores em cumprimento da lei pois nada devia falhar, ora usadas indevidamente para candidatura do Manuel Pereira, procedeu-se o depósito da candidatura na CNE.
Uma vez depositados os documentos na Comissão Nacional de Eleições, a FRENAMO se junta para promover a perca do mandato do Daviz Simango, o então Ministro da Administração Estatal Lucas Chomera se erradicou na Beira para comandar a operação e com a procuradoria a mandar prender vários quadros próximos de Daviz Simango todos libertados depois dos resultados eleitorais, todavia a perca de mandato perdeu efeito por ter sido ilegal e pelo facto de por três vezes a notificação assinada pelo tal Ministro ter
sido recusada de ser recebida (primeira com carimbo a óleo,
segundo pelo selo branco do Governo Provincial de Sofala, terceiro por não ter selo branco do Ministério) tudo porque o Ministro estava na cidade Beira e naturalmente não tinha carimbos consigo. Tendo sido recebido apenas no dia 20 de Outubro o que significaria a perca do mandato teria lugar um dia depois da votação e com a vitória prevista não teria efeito.
Portanto essa estratégia de recusa de receber a notificação com as irregularidades identificadas foi propositado pois o grupo quis arrastar a suposta perca de mandato para depois da votação o que permitiria o controlo governativo até ao fim de mandato e evitaria qualquer manipulação eleitoral ou política. E com os resultados todo o processo de desobediência instalado pela FRENAMO caiu por terra.
Ganhas as eleições com 62% onde concorriam cinco candidatos, por sinal única na oposição pois os outros Partidos Políticos e candidatos, nada lograram incluindo a própria RENAMO, as eleições municipais tiveram lugar no dia 19 de Novembro de 2008, tudo se fez primeiro para ajudar a RENAMO recuperar os dois assentos tirados pela FRELIMO o que foi possível mediante apresentação do requerimento redigido pelo advogado do Gabinete do Candidato ndependente, de editais e actas que a própria RENAMO não teve e nem tinha como provar. Esse expediente foi depositado na Comissão Distrital de Eleições, pelas mãos do GCI pois se desconfiava a RENAMO não proceder a entrega.
Posto isto tudo se fez no sentido de se negociar com a liderança da RENAMO para promover um ambiente de reconciliação o que foi simplesmente ignorado e negado, chegou-se a marcar um encontrona residência do Líder tendo ido uma equipa, mas chegados lá foram atendidos pelos guardas como em outras ocasiões na Beira o que fez com que os membros do GCI se irritassem e abrisse
caminhos para novos horizontes.
Pois o GCI recebeu várias solicitações de todo o País para avançar com uma nova força política nacional, dai surge a ideia de contribuições mensais para se angariar fundos e se movimentar brigadas a todo País para auscultação, tendo recebido aval para se constituir de facto em um Partido.
Devido aos desafios populares para constituição do Partido era preciso voltar as províncias mobilizar os interessados, buscar esta vontade popular¸ falar do nome e símbolo pois era preciso ter matéria suficiente para se convocar uma reunião para efeito, pois se procurava evitar erros de partidos falhados e garantir a amplitude nacional, e encontrar uma força política que respondesse a vontade popular. Foi assim que se criaram brigadas mobilizadas a partir dos membros do GCI para todas províncias do País.
Regressadas as brigadas, e com os trabalhos preliminares para a organização do magno evento, muitos trabalhos tiveram lugar em todo o País com um GCI alargado no território nacional e porque era preciso dar forma aos trabalhos da Assembleia Constitutiva, foi criada a Comissão Organizativa da Assembleia Constitutiva que liderou todo o processo de debate da documentação primária desde a propostas dos estatutos, programa de trabalhos da Assembleia, procedimentos e logística, até a calendarização.
Foi assim de 5 à 7 de Março de 2009, data escolhida para acolher a realização da Assembleia Constitutiva que teve lugar na Cidade da Beira em que baptizou a organização com o nome de "Movimento Democrático de Moçambique", e com sigla MDM, adoptou o Galo como Símbolo, uma Bandeira Branca e com o Galo no centro, e aprovou os primeiros estatutos que vigoraram até a realização do
primeiro Congresso do MDM que decorreu na mesma Cidade entre os dias 5 a 8 de Dezembro de 2012.
Daviz Simango é eleito nesta Assembleia Constitutiva como presidente do MDM e ao mesmo tempo é lhe confiado o cargo do Secretario Geral do Partido, pois o MDM só tinha seis meses para se preparar e participar nas eleições gerais de 2009, por deliberação da Assembleia Constitutiva.
Seguiram-se sucessivamente várias eleições e o ainda jovem MDM foi a todas elas desde as gerais de 2009, que deram origem a uma bancada de 8 deputados na Assembleia da República, quebrando desta forma a bipolarização e passando o MDM a ser de facto diferente em relação a outros Partidos Políticos, cumprindo desta forma a razão e consolidando a espectativa de se criar o Partido para a luta política e não apenas para ocupar uma espaço na lista
de Partidos Políticos em Moçambique.
Nessas primeiras eleições consideradas de alto risco, o MDM foi atrevido porque nada seria fácil ganhar em apenas seis meses de criação e organização, mas a força de lutar por um Moçambique para Todos venceu, mesmo amputado pela FRENAMO na CNE que deliberadamente criou baralho e retirou as candidaturas na Assembleia da República e na Assembleia Provincial, mesmo assim o Partido elegeu 8 deputados na Assembleia da República e 24 nas Assembleias Provinciais.
O MDM, sempre foi firme nas suas decisões, em criar Partido Político para participar na vida politica duma forma responsável, enfrentado de frente todos os desafios políticos, económicos e sociais, é assim decidiu participar nas eleições de 2009, nas intercalares presidenciais nos Municipios de Quelimane, Pemba e Cuamba em 2010 que deram origem ao Município de Quelimane, as intercalares de Inhambane onde conseguiu 30 dos votos, considerados históricos para oposição na zona sul do País, as autárquicas de 2013 que originaram com a governação das autarquias da Beira, de Quelimane, Nampula e Gurué; Bem como a presença nas 52 Assembleias Municipais, menos de Bilene em Gaza e Nhamayague na província de Tete. Hoje o MDM é a maior força politica nacional da oposição pois esta presente não só na Assembleia da República como também nas Assembleias Municipais e Governa de facto territórios, algo que nenhum mais partido da oposição possui e faz
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